domingo, 27 de fevereiro de 2011

Função dos orgãos linfoides primários e secundários


Órgãos Linfóides

A produção dessas células maduras, linfóides, ocorrem em diversas áreas do nosso corpo que agem no combate a  agressores externos. Algumas dessas células podem estarem presentes entre os vasos sanguineos, (que dão origem as células brancas na corrente sanguínea),  entre os vasos linfáticos ( filtram a linfa e combatem os antígenos) ou nas paredes da mucosa. Os tecidos linfóides são classificados em primários e secundários. Os primários representam o local onde ocorrem as principais fases de amadurecimento dos linfócitos T e B respectivamente, representados pelo: Timo e Medula Óssea. Os tecidos primários não formam células ativas na resposta imune, formam até o estágio de pró-linfócitos.
Os tecidos linfóides secundários participam da resposta imune, seja ela humoral ou celular. As células existentes nesses tecidos originaram-se do primário que migraram até atingir o tecido. Neles estão presentes os nodos linfáticos difusos, ou encapsulados como os linfonodos, as placas de Peyer, tonsilas, baço e medula óssea.


    Órgãos Linfóides Primários 

Timo: Possue a função de promover a maturação dos linfócitos T que vieram da medula óssea até o estágio de pró-linfócitos que vão para os outros tecidos linfóides, onde se tornam ativos para a resposta imune. Porém, o timo também dá origem a linfócitos T maduros que vão fazer o reconhecimento do organismo para saber identificar o que é material estranho ou próprio do organismo. Outra função importante do timo é a produção de fatores de desenvolvimento e proliferação de linfócitos T, como a timosina alfa, timopoetina, timulina e o fator tímico humoral. Estes fatores vão agir no próprio timico (hormônios parácrinos) ou agir nos tecidos secundários (hormônios endócrinos), onde estimulam a maturação completa dos linfócitos.

Se houver uma timectomia no indivíduo, haverá uma deficiência de linfócitos T no organismo, e ausência das áreas timo-dependentes nos órgãos secundários.

 Medula Óssea: A medula realiza a hemocitopoiese e armazena ferro para a síntese de hemoglobina, formando hemácias e leucócitos para o sangue no terceiro mês vida, com a ossificação da clavícula do embrião. No adulto, os ossos longos e a pelve são ossos que efetivamente produzem sangue.

A medula como órgão linfóide primário é capaz de formar pro - linfócitos que vem das células totipotentes. O Pró-linfócito não é capaz de realizar uma resposta imune, então se dirige aos órgãos secundários para se desenvolver. A célula multipotente mielóide e linfoblastos T irão ao timo para formar linfócitos T.

Órgãos Linfóides Secundários

Linfonodos:  São órgãos pequenos em forma de feijão que aparecem no meio do trajeto de vasos linfáticos. Normalmente estão agrupados na superfície e na profundidade nas partes proximais dos membros, como nas axilas, na região inguinal, no pescoço.Também encontramos linfonodos ao redor de grandes vasos do organismo. Eles filtram a linfa que chega até eles, e removem bactérias, vírus, restos celulares, etc.

Baço: É o maior órgão linfático secundário do organismo e tem como função imunológica, a liberação de linfócitos B, T, plasmócitos, e outras células linfóides maduras e capazes e capazes de realizar uma resposta imune para o sangue e não para a linfa.Ele representa o sítio de maturação dos linfócitos. No centro encontramos o centro germinativo que é o local onde existem linfoblastos e pró-linfócitos B em diferenciação. Já na periferia existem linfócitos maduros prontos a realizar alguma resposta imune, que podem sair para o sangue. O corpúsculo recebe no centro uma arteríola, chamada arteríola da polpa branca. Ao redor dela encontramos a bainha periarterial, que é o local onde estão os linfócitos T (pró-linfócitos T) em processo de maturação e desenvolvimento.
O baço é um órgão que armazena sangue, e lança estas hemácias para circulação no caso de necessidade (sob estímulo da adrenalina liberada numa situação de estresse/alerta), pois o organismo necessita de mais oxigênio para o metabolismo.  Na polpa vermelha encontramos diversas cadeias de células que formam os cordões de Billroth, formados por macrófagos, plaquetas, plasmócitos, células reticulares. A célula reticular é a célula que sustenta fisicamente a polpa vermelha, pois sem ela, a polpa vermelha desmancharia em um caldo de hemácias.

Tonsilas e Placas de Peyer: As tonsilas são aglomerados de nódulos linfáticos revestidos apenas de epitélio. As tonsilas eram conhecidas como amigdalas, e estão localizadas na cavidade bucal (tonsilas palatinas) próximas ao arco palatofaríngeo, na parte posterior da língua (tonsilas linguais), e na parte posterior da nasofaringe encontramos as tonsilas faríngeas.
 A função mais característica das tonsilas e das placas de Peyer é a produção de plasmócitos que secretem IgA-secretória para a mucosa, protegendo a mucosa da agressão de micróbios que estão fazem parte da microbiota normal ou micróbios patogênicos que possam vir junto com os alimentos. Se todas as tonsilas forem retiradas do indivíduo, a microbiota normal pode sofrer um desequilíbrio biológico e começar a proliferar excessivamente, dando chance às bactérias oportunistas. Se o indivíduo for um portador são de pneumococo ( patogênico), poderá (devido ao desequilíbrio)  manifestar pneumonia aguda. Os alimentos que ingerimos contém diversos tipos de bactérias, que devem ser atacadas pelas IgA-secretória. Este isotipo depois de produzido pela célula, a IgA atravessa a membrana do epitélio através da ligação com um receptor de superfície. Ao se ligar a este receptor, o complexo é endocitado pela célula, a travessa o citossol para ser liberado na luz do órgão.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA



Abbas, KA, Imunologia Celular e Molecular. Editora Revinter Ltda. 4ª Edição. RJ. 2003, 544p.










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